sábado, 3 de novembro de 2012

Senhora minha


HINO

Salve, ó Virgem Mãe, Senhora minha,
Estrela da Manhã, do Céu Rainha,
Cheia de graça sois; salve, luz pura,
Valei ao mundo e a toda criatura.
Para Mãe o Senhor Vos destinou
Do que os mares, a Terra e Céus criou.
Preservou Ele a vossa Conceição
Da mancha que nós temos em Adão. Amém.

 Comentários do Pequeno Ofício da Imaculada
No post anterior foi comentado Salve, ó Virgem Mãe


Desde a infância, Senhora do Céu e da Terra
Interpretando a etimologia do santíssimo Nome de Maria, escreve São João Eudes:
“Maria significa Senhora. Efetivamente, a gloriosa Virgem é, desde a sua infância, Senhora soberana do Céu e da Terra, dos homens, dos Anjos e de todas as criaturas; e tem um poder absoluto no Céu, na Terra e no Inferno, sobre os demônios, sobre as coisas corporais e espirituais, e sobre todas as obras de Deus. E isto por três títulos: como primogênita [das criaturas] e, portanto, herdeira de todos os estados do Padre Eterno; como Mãe de Deus, e como Esposa do Espírito Santo que, por conseguinte, participa de todos os direitos de seu Esposo”18.
Senhora de toda a criação, no Filho e pelo Filho
Não raras vezes, essa gloriosa soberania de Maria foi exaltada pela devoção dos Santos e dos autores eclesiásticos. Em seu bem documen tado tratado sobre a Santíssima Virgem, D. Gregório Alastruey recolhe alguns desses louvores:
“Santo Efrém dirige-se a Ela dizendo: «Senhora de tudo, depois da Trindade... Virgem Senhora, Mãe de Deus». [...]
“São Germano de Constantinopla: «Senhora de todos os filhos da Terra».
“São João Damasceno: «Em verdade que é propriamente Mãe de Deus e Senhora, e sendo ao mesmo tempo escrava e Mãe do Criador, impera sobre toda a criação».
“Santo Ildefonso de Toledo: «O Senhora minha e minha Dominadora, Mãe de meu Senhor, serva de teu Filho; sois Senhora minha, porque fostes serva de meu Senhor».
“Santo Anselmo: «A Vós, ó magna e excelentíssima Senhora, quer meu coração amar-Vos!» [...]
“São Boaventura: «A Bem-aventurada Virgem Maria, como eleita Mãe de Deus, é a Senhora dos Anjos, os quais A servem como ministros»” 19
A seguir, conclui D. Alastruey: “Não compete a Maria direito estrito de domínio sobre todas as coisas criadas; no entanto, na dependência do direito de Cristo, a quem tudo está submetido, é e pode chamar-se, como Mãe sua amantíssima, Senhora de toda a criação, no Filho e pelo Filho.
“Ademais, enquanto sendo Mãe de Deus e consorte do Redentor, conseguiu tanto poder junto do Filho onipotente, Redentor do gênero humano, para impetrar o que quisesse, que nenhuma criatura nem autoridade alguma natural se compara em poder com Ela” 20.
Todas as criaturas aos pés da Virgem
Assim, toma particular realce este comentário do Pe. Henry Bolo:
“Maria é a Senhora deste mundo. Ela domina o oceano dos seres, Ela compartilha a soberania de seu Filho, tendo participado do resgate universal pelo qual foi adquirido esse império. Ela está revestida do sol, emblema da magnificência do mundo sobrenatural; Ela tem, sob seus pés, a lua, símbolo desta pálida criação que se desloca na noite. [...]
“A Igreja, intérprete do universo, coloca aos pés da Virgem todas as criaturas: para louvá-La, os campos não têm bastantes flores, nem o céu estrelas, nem as pedras preciosas brilho, nem as vozes cânticos, nem possuem as almas suficiente pureza. O triunfo de Maria é excedi do apenas pelo de seu Divino Filho.
“Se não é a Ela que Deus confere a honra incomunicável e reservada ao Verbo Encarnado, de sentar-se à sua direita, contudo a Virgem aparece portando o mesmo Deus, como o trono vivo donde emana a realeza, a justiça, a glória.
“Por isso Ela se chama Maria: a Soberana” 21.
Senhora do Senhor dos senhores
“Senhora dos Anjos, dos homens e das graças!” — exclama outro eminente mariólogo. “Senhora de seu Filho, que é ser Senhora do Senhor dos senhores.
“Senhora, que significa dona e dominadora dos Céus e da Terra, à qual estão sujeitas todas as potestades do Inferno. Dispensadora de todas as graças, e a quem, portanto, devemos recorrer na vida e na morte, na prosperidade e na adversidade. Ó Senhora minha!” 22

Continua no próximo post


18) EUDES, Juan. La Infancia Admirabile dela Santísima Madre de Dios. Bogotá: San Juan Eudes, 1957. p. 295-296.

19) ALASTRUEY, Gregório. Tratado dela Vuìgen Santísima. 3. ed. Madrid: BAC, 1952. p. 823.
20) Idem, p. 827.
21) BOLO, Henry. Pleine de Grace. Paris: René Haton, 1895. p. 55-56.
22) BARCON, Javier. Aprende a orar. Apud ROYO MARIN, Antonio. La Virgen María, Teología y espiritualidad marianas. Madrid: BAC, 1968. p. 446.