terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Comunhão: por meio de Maria

Imaginem o que deve ter sido o respeito e a adoração de uma mãe que carrega no seu claustro materno não um filho comum, mas o Criador de todo o universo.
Quantas vezes comunguei em minha vida... Eu, que tantas e tantas vezes recebi o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo em mim – que, portanto, fiz o papel de Nossa Senhora durante o período em que hóstia sagrada esteve em mim –, eu, que orações fiz a Nosso Senhor Jesus Cristo?
Não é verdade que eu devo reconhecer que estive muito aquém de tudo aquilo que seria necessário?
Não é verdade que eu deveria reconhecer que me falta tanto para ser verdadeiramente devoto do Santíssimo Sacramento e de estar à altura de receber Nosso Senhor Jesus Cristo?
Chego, então, a uma conclusão: que não há melhor meio, não há outra saída, senão a de eu pedir a Nossa Senhora que receba Nosso Senhor Jesus Cristo por mim, porque eu não sou digno.
Quando eu digo como o centurião romano: “Senhor, eu não sou digno que entreis em minha casa”, é porque eu não sou digno mesmo.
Mas Ele vem, Ele vai entrar, Ele vai se dar a mim, Ele vai viver aqui dentro.
Nesse caso, é preciso que eu diga:
“Minha Mãe, Vós O conduzistes com alegria para Ele, e com benefício enorme para vós. Dai de novo esta alegria a Nosso Senhor Jesus Cristo, estando em mim para recebê-Lo. Que Ele penetre em vós, mas que vós estejais em mim.
“E permiti, Senhora, que eu vos peça que as graças que Ele vos daria estando em vós, e que Ele vos dá estando em vós, que estas graças vós as dispenseis para este miserável servo vosso. Dai-me as graças que vós recebereis estando em mim e acolhendo ao vosso Divino Filho como O acolhestes na Encarnação”.
Eu vos peço, Senhora: que jamais eu receba uma só comunhão em toda a minha vida que não seja em união convosco e que vós estejais sempre em mim para recebê-Lo.

“Minha Mãe, que tudo seja para reparar o vosso Sapiencial e Imaculado Coração.”
Mons João Clá Dias - Meditação 2/10/1999