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Archives for junho 2015
sábado, 27 de junho de 2015
quarta-feira, 24 de junho de 2015
Raquel - prefigura de Maria
Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício de Nossa Senhora
Raquel ao Egito deu prudente governador
A Virgem das virgens deu ao mundo o seu Salvador
Raquel e José
No crepúsculo
de sua longa vida, Isaac chamou a seu filho, Jacob, abençoou-o, e deu-lhe esta
ordem: “Vai para a Mesopotâmia da Síria, para casa de Batuel, pai de tua mãe, e
toma de lá esposa entre as filhas de Labão, teu tio” (Gên. XXVIII, 2).
Satisfazendo
aos desejos de seu venerável pai, Jacob desposou Raquel, filha de Labão, jovem
“formosa de rosto e de gentil presença” (Gên. XXIX, 17). Esta, após longo
período de esterilidade, concebeu e deu à luz um filho, ao qual pôs o nome de
José.
José é vendido por seus irmãos
aos egípcios
Ora,
“Jacob amava José mais que todos os seus (outros) filhos, por que o gerara na
velhice: e fez-lhe uma túnica de várias cores. Vendo, pois, seus irmãos que era
amado pelo pai mais que todos os (outros) filhos, odiavam-no” (Gên. XXXII, 3-4).
Obcecados pela inveja, os irmãos de José acabaram por vendê-lo a certos
negociantes ismaelitas, que o levaram para o Egito. Ali chegando, foi comprado
por um general do exército do Faraó, que o tomou como servo. “E o Senhor era
com José, e tudo o que fazia lhe sucedia prosperamente” (Gên. XXXIX, 2).
José interpreta os sonhos do
Faraó
Alguns
anos depois, José foi chamado à presença do Faraó, a fim de interpretar dois
sonhos que este tivera.
Explicando-os,
o filho de Jacob disse que viriam para o Egito sete anos de abundância,
seguidos de outros sete de grande esterilidade e fome. Ao terminar sua
interpretação, disse José ao Faraó: “Agora, pois, escolha o Rei um homem sábio
e ativo, a quem dê autoridade sobre a terra do Egito; e este homem estabeleça
superintendentes por todas as províncias; [...] e guarde-se todo o trigo
debaixo do poder do
Faraó,
conservando-o nas cidades; [...1 e assim o país não será consumido pela fome.
O filho de Raquel é feito
governador do Egito
“Agradou
o conselho ao Faraó e a todos os seus ministros; e disse-lhes: Podemos nós
encontrar um homem como este, que seja (tão) cheio de espírito de Deus? Disse, pois,
a José: Visto que Deus te manifestou tudo o que disseste, poderei eu encontrar
alguém mais sábio e semelhante a ti? Tu governarás a minha casa, e, ao mando da
tua voz, obedecerá todo o povo; e eu não terei sobre ti outra precedência além
do trono. Eis que te dou autoridade sobre toda a terra do Egito. E tirou o anel
da sua mão, e meteu-o na mão dele; e vestiu-lhe um vestido de linho fino, e
pôs-lhe ao pescoço um colar de ouro. [...] E mudou-lhe o nome, e chamou-o na
língua egípcia: Salvador do mundo” (Gên. XLI, 33-42, 45).
Raquel é prefigura de Maria, Mãe
do Salvador
Raquel
e José são, respectivamente, admiráveis prefiguras de Maria Santíssima e de seu
Divino Filho, nosso Redentor.
Assim o
comenta Fr. Ramon Buldú:
“Se a
bela e graciosa Raquel engendrou a José, ao qual o Faraó deu o nome de
Salvador, Maria, Mãe do belo amor, deu à luz a Jesus Cristo, que foi em verdade
nosso Salvador” 32
E o
douto Nicolas:
“[A
Virgem é prefigurada pela] filha de Labão, a pastora Raquel, tão amável, que
Jacob trabalha para aquele, durante quatorze anos, a fim de obtê-la; e que,
depois de uma esterilidade que ameaçava ser interminável, deu à luz a José,
salvador do Egito, como Maria a Jesus, Salvador do mundo”
Enumerando
as representações de Nossa Senhora no Antigo Testamento, escreve o Pe.
Thiébaud: “Entre outras figuras patriarcais, citemos ainda a bela Raquel, a mãe
desse jovem e virtuoso José, que foi vendido por seus irmãos, e que, por este
ato de atrocidade, tornou-se depois, providencialmente, o salvador de toda a
sua família e o grande provedor de todo o Egito. Não é Maria, Mãe de Jesus,
quem pagou o mais negro atentado com a mais rica misericórdia, e que continua a
pagar nossas faltas diárias com tantas graças, das quais nos torna tão indignos
nossa ingratidão?”
Continua
quinta-feira, 18 de junho de 2015
Amor de Mãe...
Certa
viúva tinha um filho único ao qual ela amava ternamente. Sabendo que este fora
capturado por inimigos, acorrentado e posto na prisão, derramou-se em lágrimas
e, dirigindo-se a Nossa Senhora — a quem ela tinha especial devoção —,
suplicou-Lhe com insistência a libertação de seu filho.
Percebendo
que suas orações não surtiam efeito, a pobre viúva entrou numa igreja onde, aos
pés da imagem da Virgem Maria, disse:
—
Virgem Santa, eu Vos supliquei a libertação de meu filho, e Vós não quisestes
vir em auxílio de uma infeliz mãe; implorei proteção para meu filho e Vós
recusastes! Pois bem, assim como o filho me foi arrebatado, assim Vos tomarei o
Vosso e o guardarei como refém!
Dizendo
isso, ela se aproximou e tomou a imagem do Menino dos braços da Virgem, levou-a
consigo para casa, envolveu-a num pano branquíssimo e a encerrou num arca,
feliz por ter obtido tão boa garantia do retorno de seu filho querido...
Na
noite seguinte, a Virgem apareceu ao jovem, abriu-lhe a porta da prisão e
disse-lhe:
— Dize
à tua mãe que Me devolva meu Filho, agora que Eu lhe restituí o dela!
Voltando
para casa, o jovem contou a sua mãe sua milagrosa libertação. E aquela viúva,
cheia de alegria, apressou-se em devolver à Virgem o Menino Jesus, dizendo-lhe:
—
Agradeço-Vos, celeste Senhora, por me terdes restituído meu filho, e em troca
aqui Vos trago o vosso!
Jacques
de Voragine - Legenda Áurea
sexta-feira, 12 de junho de 2015
Amor levado aos extremos da natureza e da graça
Continuação dos comentários ao Pequeno ofício da Imaculada
“Contudo,
não fizemos senão roçar, de certo modo, numa tão bela matéria. Seria o
bastante, se Jesus Cristo fosse apenas simples criatura, o mais perfeito dos
filhos dos homens. Mas, Ele é Deus, e a Virgem sua Mãe, instruída pelo Espírito
Santo, acreditava com todas as forças de sua inteligência e de seu coração que
este menino, nascido de suas entranhas, era o Filho eterno de Deus, Deus como
seu Pai e consubstancial a Ele. Em consequência, seu amor materno não se
detinha no homem; ele não podia separar o que estava indissociavelmente unido.
Em seu
Filho Ela via, Ela amava seu Deus. Uma boa mãe ama tudo o que pertence à pessoa
de seu filho, e na proporção da dignidade das partes: o corpo e a alma, mais a
alma do que o corpo.
“É
assim, ó Maria, que Vós amais a Jesus. Certo, amais sua humanidade, pois ela é
para todos, e para Vós mais do que para todos os outros, soberanamente amável.
Entretanto, muito mais tendes amor à sua divindade, pois esta é a fonte
infinitamente fecunda de toda bondade, de toda grandeza, de toda beleza. [...]
“Portanto,
em Maria o amor materno é levado até os últimos limites da natureza e da graça,
posto que em seu Filho Ela ama o Homem-Deus.
sábado, 6 de junho de 2015
Criada unicamente para ser a Mãe de Deus
Continuação dos comentários ao Pequeno ofício da Imaculada
O Pe.
Terrien, S. J. aprofunda o ensinamento sobre o
carinho materno que teve a Santíssima Virgem para com Nosso Senhor:
“O amor
de Maria por Jesus, seu Filho e seu Deus, é um amor de mãe. Tal é o privilégio
singular desta divina Virgem que, para Ela, é uma única e mesma coisa amar a
seu Filho e amar a seu Deus. Que medida de amor supõe e encerra já esta
qualidade de mãe! Conheceis algo de mais terno, de mais doce, de mais
desinteressado do que o amor de uma mãe por seu filho? [...1 Uma mãe deve fazer
esforço, não para amar, mas para não amar, pois, neste caso, ser-lhe-ia preciso
ir contra a natureza, ser desnaturada. E se lhe perguntardes o porquê de seu
amor, ela vos responderá: «Ah! é meu filho; minha carne, meu sangue, um outro
eu mesmo. É possível que alguém não ame sua carne e a si mesmo?»
“Admirável
disposição da Providência que depositou este amor no coração das mães, a fim de
que elas pudessem suportar, não apenas com paciência e resignação, mas com alegria,
o rude trabalho de formar homens.
“Se tal
é verdadeiro para qualquer mãe, quanto o será então para Maria? Seria possível
que Ela não amasse de toda a sua alma e de todas as suas forças esse Jesus,
bendito fruto de suas entranhas?
Sobretudo
Ela, em quem nada paralisa, nem impede, nem desvia o movimento de uma natureza
excelentemente delicada e reta? Ela, que excede a qualquer outra mãe, pelo próprio
fato de ter sido criada unicamente para ser mãe?
Amor indivisível
“Mas,
pouco seria comparar o amor de Maria por seu Filho, àquele que têm as mães
comuns. Quantas razões para que ele sobrepuje em ternura, em devotamento, em vivacidade,
a qualquer outro amor materno! É um amor que não se divide. Este Filho é o seu,
inteiramente o seu, exclusivamente o seu. [...] Não há divisão entre o pai e a
mãe: todo o amor se concentra no coração de Maria, porque Ela é Virgem, e
porque Jesus Cristo não possui, sobre a Terra, senão a Ela por autora. Tampouco
nenhuma divisão entre os filhos. Esse primogênito é o único, [...] por um desígnio
absoluto de Deus, certamente conhecido de Maria. Não quero dizer que os filhos
sejam sempre menos amados, quando eles se multiplicam junto à mãe; porém, existem
naturalmente para o [filho) único mais cuidados afetuosos, mais solicitudes.
[...] «0 meu amado é para mim, unicamente para mim; e eu unicamente para ele»
(Cânt. II, 16): é o que pode dizer a Virgem, contemplando a Jesus. [...]
“Diz-se
comumente que é preciso ter o coração de uma mãe para conceber o que é o amor
materno. Mais ainda será necessário ter o coração de Maria, para se fazer uma
idéia de seu amor a Jesus, seu amabilíssimo Filho.
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Senso da presença de Deus
Santa Isabel foi
dotada pelo Espírito Santo de um dom que a fez sentir a presença do Menino Jesus
em Nossa Senhora.
Em certa medida, o
verdadeiro católico também recebe essa graça, de tal forma que, quando a ela
corresponde, ele deve saber discernir onde está e onde não está Deus, não
física, mas moral e sobrenaturalmente. Todo autêntico membro da Igreja deve ser
munido de um senso tal, que lhe indique quando as coisas são ou não segundo
Deus.
Para isso não é
preciso ter grande cultura, inteligência ou conhecimento teológico; basta ter
este verdadeiro senso católico, privilégio dos que correspondem à graça do
batismo.
Disto Santa Isabel
nos dá um maravilhoso exemplo ao perceber a presença do Menino Jesus no
claustro materno de sua Santíssima prima.
Plinio Correa de
Oliveira – conferência de 2/7/1970
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