quarta-feira, 31 de julho de 2013

Mãe das Misericórdias Insondáveis

Continuação do post anterior

Maria Santíssima tem pena de nós e nos considera com bondade indizível. O auge da bondade d’Ela não está em nos deixar no pecado e nos olhar com compaixão, mas em nos obter graças pelas quais nossa alma é tocada especialmente, e recebe forças correspondentes a nossa miséria para não pecar, de maneira que possamos sair do pecado. Aqui está o melhor da misericórdia: Ela, porque tem pena do pecador, dá a ele os meios de se curar. Nossa Senhora é a Rainha e o canal de todas as virtudes, a Medianeira de todas as graças. As virtudes que temos nos foram dadas porque Ela pediu. E as que não possuímos, podemos adquirir se Ela rogar por nós.
As mil maneiras de Nossa Senhora nos socorrer
E o que a Santíssima Virgem fará? São mil coisas: ora será um apego que Ela faz cessar e a alma encontra o caminho livre diante de si; ora uma má companhia que Ela afasta; ora uma má influência a respeito da qual Ela nos abre os olhos e nós compreendemos que aquilo não serve; ora a nossa moleza contra a qual Ela dá de repente uma força que não supúnhamos ter e fazemos aquilo que não queríamos realizar.
Quer dizer, Nossa Senhora age de mil modos, cada um deles previsto pela sabedoria divina e atuando na alma de uma determinada forma. O fato é que Ela vai atendendo, socorrendo o homem de maneira a torná-lo capaz de cumprir aquele dever magnífico apresentado de um modo tão estupendo pela Moral Católica, mas diante do qual, às vezes, o homem estremece.
Rezem à Mãe de Misericórdia! Ela os ajuda a vencer, e com mérito. Porque em nenhum momento Maria Santíssima tira nossa liberdade. Se quisermos, não correspondemos à graça, mas o caminho está aplainado, o sorriso está dado e Ela chama: “Meu filho, venha!”
Quanta misericórdia entra dentro disso! A misericórdia tem isso de próprio: ela estimula especificamente a gratidão. A quem é misericordioso temos necessidade de tratar com misericórdia. E se algum homem na vida teve misericórdia conosco, um dia em que ele precise de nossa misericórdia, será para nós uma espécie de alívio tratá-lo com misericórdia. Há uma tranquilidade para a nossa alma: encontrei uma oportunidade de ser misericordioso com ele. Os misericordiosos obterão misericórdia.

(Extraído de conferência de 24/10/1981)

sábado, 27 de julho de 2013

Mãe das misericórdias insondáveis

Nosso Senhor dispôs que conhecêssemos e sentíssemos em sua Mãe quintessências de misericórdias que Ele deu a Ela e que nós, simplesmente na consideração do Redentor, não chegaríamos a perceber.
Porque Ele é tão alto, tão perfeito, tão divino que nosso olhar não abarca tudo. Convinha, portanto, que a misericórdia d’Ele se fizesse como que outra pessoa para nós a conhecermos bem. Esta é Nossa Senhora.
Maria Santíssima fica tão bem ao lado de Nosso Senhor Jesus Cristo! Ela é Mãe de misericórdia, a nossa advogada.
Nosso Senhor Jesus Cristo é nosso Redentor, nosso Mediador. Ele é também nosso Juiz e nos julga. E quando pensamos que Ele é nosso Juiz... Há um salmo que diz: “Si iniquitates observaveris, Domine, Domine, quis sustinebit? — Se observardes, Senhor, as iniquidades, quem, Senhor, se sustentará diante de Vós?” Agora chegou o justo Juiz, perfeitíssimo, que conhece tudo, cujo olhar pousará sobre mim e verá meus defeitos… Eu adoro a exigência e a intransigência desse olhar. Mas, para usar uma metáfora, eu cambaleio e preciso que alguém me sustente.
Perto de mim tenho uma Mãe que é d’Ele e minha, a Mãe de misericórdia, quer dizer, se toda mãe deve ser misericordiosa por natureza, a Mãe de misericórdia tem misericórdias insondáveis, incontáveis, inenarráveis, a todos os momentos e de todas as formas! Ela é tão perfeita e tão pura, que nunca deu a Ele o menor desagrado, o menor desgosto. Ela é a criatura perfeita em que Ele deitou seu olhar e A amou inteiramente, porque Ela nunca, nunca, nunca fez outra coisa a não ser corresponder à graça de um modo perfeito.
O melhor da misericórdia de Maria Santíssima
Qual a impostação d’Ela a meu respeito? Ela vê meus defeitos, mas não julga. Ela cobre-me com o manto e diz:
“Juiz inflexível e divino, Eu vos adoro! Este é meu filho, e ainda vou dar um jeito nele. Ajudai-o, dai-lhe mais graças. Eu o amo e peço por ele. Tenho com ele um vínculo especial. Ó meu Filho, vós sabeis o que é uma mãe, pois Eu sou vossa Mãe! Com o mesmo Coração materno com que Vos amo, Eu amo a ele. Sou Eu que Vos estou pedindo!”
E com estas palavras: “Sou Eu que Vos estou pedindo”, é claro, vem a misericórdia. Quer dizer, Nosso Senhor foi tão misericordioso que, querendo nos conceder uma misericórdia levada a um limite inimaginável, criou a Mãe d’Ele, de tal maneira que Ela pedisse por nós e obtivesse o que nós, sem Ela, não poderíamos obter.
Temos aí o papel de Nossa Senhora, ao lado de todas as inflexibilidades de que falei. E aí encontramos a razão para esperar. Esperar o quê? Maria Santíssima tem pena de nós e nos considera com bondade indizível.

O auge da bondade d’Ela não está em nos deixar no pecado e nos olhar com compaixão, mas em nos obter graças pelas quais nossa alma é tocada especialmente, e recebe forças correspondentes a nossa miséria para não pecar, de maneira que possamos sair do pecado. Aqui está o melhor da misericórdia: Ela, porque tem pena do pecador, dá a ele os meios de se curar. Nossa Senhora é a Rainha e o canal de todas as virtudes, a Medianeira de todas as graças. As virtudes que temos nos foram dadas porque Ela pediu. E as que não possuímos, podemos adquirir se Ela rogar por nós.
Continua no próximo post.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Nossa Senhora do Sagrado Coração

"Nossa Senhora do Sagrado Coração” é Maria Santíssima considerada enquanto adorando o Sagrado Coração de Jesus, e, portanto, toda voltada para Ele.
Invocar Nossa Senhora sob o título do Sagrado Coração é fazer uma síntese belíssima de todas as outras invocações, é lembrar o reflexo mais puro e mais belo da Maternidade Divina, é fazer vibrar a um só tempo, harmonicamente, todas as cordas do amor, que tocamos uma a uma enunciando as várias invocações da Ladainha Lauretana.
Dizer que Nossa Senhora do Sagrado Coração é nossa advogada implica em dizer que temos no Céu uma advogada onipotente, em cujas mãos se encontra a chave de um oceano infinito de misericórdia.

(Extraído de conferência de Plinio Correa de Oliveira de 18/6/1982 e de “O Legionário” de 21/7/1940)

terça-feira, 9 de julho de 2013

Mãe e esplendor do Monte Carmelo

Festejamos Nossa Senhora do Carmo, a título especial Rainha dos Profetas, Mater et Décor Carmeli - Mãe e Esplendor do Monte Carmelo.

Ela é Mãe porque protege todos aqueles que lutam sob seu estandarte. E o melhor da proteção é acalentar suas almas com a esperança da vitória.

Décor, decoro é, propriamente, a beleza da dignidade. É o belo, o majestoso, distinto, diferenciador da grandeza que atrai a si as almas verdadeiramente capazes de compreendê-la.

Nossa Senhora reina maternalmente, mas decorosamente. Ela é a beleza do gênero humano.

Do alto desse monte, o cume profético por excelência, Maria Santíssima reina e sorri para o universo, governa a história e infunde terror aos demônios.



sexta-feira, 5 de julho de 2013

Arco-íris sobre a Igreja de Deus

Atribuindo-se a si própria a imagem do arco-íris, Nossa Senhora dirigiu a Santa Brígida (1303-1373) palavras repassadas de materna e vigilante solicitude para com a Esposa Mística de Cristo. Pronunciadas naqueles idos do século XIV muito se aplicam elas aos conturbados dias em que vivemos.
Assim se expressa a Santíssima Virgem:
“Eu me estendo sobre o mundo em contínua oração, assim como sobre as nuvens está o arco-íris, que parece voltar-se para a terra e tocá-la com suas extremidades.
“Este arco-íris, sou Eu mesma que, por minhas preces, abaixo-me e me debruço sobre os bons e os maus habitantes da Terra. Inclino-me sobre os bons para ajudá-los a permanecerem fiéis e devotos na observância dos preceitos da Igreja; e sobre os maus, para impedi-los de irem adiante na sua malícia e se tornarem piores.
“Mas eu vos faço saber que, de uma parte da Terra, elevar-se-ão horríveis nuvens para obscurecer o brilho do arco radioso. Por essas nuvens entendo aqueles que levam uma vida incontinente, que são insaciáveis de dinheiro como os sorvedouros e abismos do mar; ou que pelo orgulho prodigalizam insensatamente a fortuna, como uma torrente impetuosa verte suas águas. Vários, já agora, entre os ecônomos da Igreja, abandonam-se a esses três excessos, e seus horríveis pecados sobem até o Céu, na presença da Divindade, para estorvar minha oração, como as nuvens o fazem contra o brilho do arco-íris. Ademais, os que deveriam se unir a Mim para serenar a cólera de Deus, antes a provocam e a chamam sobre si. Tais ministros, não deveriam ser exaltados na Igreja.

“Portanto, todo aquele que deseja trabalhar para que permaneça inabalável o fundamento da Igreja, e se renove essa bendita vinha que o Senhor plantou com seu sangue, que esse se anime, e caso se julgue insuficiente para essa tarefa, Eu, Rainha do Céu, virei a ele com todos os Anjos para ajudá-lo, extirpando as ervas daninhas, arrancando as árvores estéreis elançando-as no fogo, substituindo-as por plantas viçosas e frutíferas. “Por esta vinha entendo a Igreja de Deus, na qual cumpre renovar a humildade e o amor divino.”