terça-feira, 9 de abril de 2013

Nossa Senhora: Arca da Aliança


Continuação dos comentários ao Pequeno Ofício da Imaculada Conceição
Virgindade incorruptível
“Maria é Arca do Testamento quanto à sua construção, primeiro, por ser de matéria incorruptível, devido à integridade de seu corpo. [...] Integridade que A livrou do peso da carne e A tornou incorruptível, separando-A do contágio da corrupção, que dimana dessa mesma carne.
Virtudes proporcionadas
“Segundo, a Virgem foi Arca do Testamento, quanto à sua construção, porque foi de medidas proporcionadas, devido à humildade de coração, segundo o capítulo XXXVII do Exodo: «E Beseleel fez a Arca de pau de setim, a qual tinha dois côvados e meio de comprido, côvado e meio de largo, e também côvado e meio de alto». Por côvado inteiro da medida completa se entende a virtude perfeita na realização dos atos; por metade se entende a humildade perfeita na consideração dos defeitos; [...] e essas duas coisas teve, de modo eminentíssimo, a Virgem Maria, pois possuiu, ao mesmo tempo, uma virtude perfeita e uma profunda humildade.
Beleza de formas, fruto da honestidade de vida
“Terceiro, a Virgem foi Arca do Testamento, quanto à sua construção, porque foi bela na sua forma, devido à honestidade de sua vida, segundo as palavras do capítulo XXXVII do Exodo: «E revestiu-a de ouro finíssimo por dentro e por fora. E fez-lhe uma cornija de ouro ao redor». Por este revestimento de ouro se entende a plenitude da suma honestidade, que adornou por dentro e por fora à Virgem Maria. [...] E adverte que se disse tinha ao redor uma cornija de ouro, pela honestidade que brilhou em todos os seus atos.
Exímia observante da Lei divina, segundo as virtudes cardeais
“Quarto, a Virgem foi Arca do Testamento, quanto à sua construção, por ser de forma quadrangular, devido à igualdade de quatro maneiras de virtude, segundo as palavras do capítulo XXV do Exodo: «E farás quatro argolas de ouro, que porás nos quatro cantos da Arca. Farás também varais de pau de setim e os cobrirás de ouro, e os farás passar por dentro das argolas que estão aos lados da Arca, a fim de que sirvam para o transporte».
“Pelos quatro cantos se entendem as quatro virtudes cardeais; pelas argolas nos quatro cantos, a obediência quadriforme dos preceitos divinos segundo a exigência das quatro virtudes. Pelos varais se entendem duas coisas: o temor e o amor, que nos levam pelo caminho dos bons costumes.
“A Virgem gloriosa possuiu tudo isto na perfeição, pois observou eximiamente a divina Lei, submetendo-se a esta segundo as quatro virtudes cardeais, a saber: prudência, justiça, temperança e fortaleza, que, embora distintas, têm conexão e igualdade entre si, e se conduzem pelo temor e amor perfeito, e por elas a Arca chegou até o Céu. E adverte como disse que os varais estarão sempre metidos nas argolas, e nunca se tirarão delas, porque o temor e o amor sempre devem estar unidos com as virtudes cardeais para o cumprimento dos mandamentos divinos; e assim o estiveram na gloriosa Virgem.
Maria, Arca do Testamento, quanto ao seu conteúdo
Continua no próximo post.