segunda-feira, 1 de abril de 2013

A Encarnação: escravidão a Maria


Jesus quis depender de Maria mais do que um escravo de seu senhor
Nosso Senhor, vivendo em Nossa Senhora, estava completamente escravizado a Ela, e a situação d’Ele era a de um ente consciente — porque Jesus teve uma perfeita consciência desde o primeiro instante do seu ser — que formou, inteiramente lúcido, o seu próprio Corpo nas entranhas da Santíssima Virgem e começou a viver ali. Ele ficou contido só por uma criatura, vivendo no contato exclusivo com Ela e na dependência a mais completa que uma pessoa possa estar em relação à outra.
Para termos um pouco a ideia deste mistério, imaginemos um homem adulto a quem fosse dado viver no ventre materno. Até que ponto ele se sentiria circunscrito, aprisionado, dependente, escravo, englobado por sua mãe completamente?
Pois bem, nesta situação viveu o Verbo de Deus feito carne. E Ele, lúcido desde o primeiro instante do seu ser, quis, por um desígnio d’Ele, viver assim dentro deste templo, deste palácio, numa relação misteriosa com Nossa Senhora.
Aquele que teve o poder suficiente para fazer com que a Encarnação se desse em Maria Virgem, com que Ela fosse virgem antes, durante e depois do parto, também poderia fazer com que, por exemplo, realizada a concepção, um minuto depois se desse o nascimento. Não era nem um pouco condição obrigatória Deus Encarnado, Deus Humanado, viver nove meses em Maria. Ele quis que fosse assim, ou seja, desejou ter com Ela esta forma de dependência, de relação de alma que não chegamos a compreender completamente, de tal maneira ela é profunda, misteriosa e inesgotável.
Em suma, Ele quis ser verdadeiro escravo d’Ela. É uma inversão de valores que nos deixa desnorteados. Ele dependeu d’Ela mais do que um escravo depende do seu senhor. O escravo tem vida, respiração e movimentação próprias. Ele não. Jesus, antes de nascer, quis depender assim de Nossa Senhora.