segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Maria, cheia de graça

A respeito do progresso da graça na Santíssima Virgem, escreve um dos grandes mariólogos de nosso século:
“Antes da Anunciação, Maria já possuía a graça: Ela sempre a teve plenamente, e mesmo desde a sua concepção, por um privilégio exclusivo seu, com vistas à sua insigne missão. [...]
“Entretanto, no curso desse incessante progresso da graça em Maria, a Anunciação marca o momento único onde esta Virgem, neófita em sua maternidade, é literalmente transformada em seu Filho.
“Este Filho é um tesouro. Ele é o Princípio da graça; é o autor dela por sua divindade, e o instrumento de produção e de difusão da mesma entre nós, por sua humanidade. [...] Contendo Cristo em Si, antes de todo o mundo e para todo o mundo, Maria recebeu d’Ele uma maior plenitude de graça que todas as demais criaturas somadas, tornou-se mais cristã que todos os cristãos juntos. [...]
“E no momento em que Ela alcançou o termo de sua carreira terrestre, a Bem-aventurada Virgem encarnava verdadeiramente em sua pessoa e na sua vida, a mais alta perfeição e a própria plenitude da graça cristã.
“Esta água viva, que Maria Santíssima hauriu no contato com o Verbo Encarnado, tornou-se n’Ela uma fonte transbordante de vida eterna e pronta a se comunicar todos. No período da Assunção, os supremos instantes da Virgem unem concretamente o tempo e a eternidade, o regime da graça e o da glória. Terrena, ainda o é a Mãe de Jesus; celeste, Ela já o é — e quanto!”
BERNARD. Le Mystère de Marie. 4. ed. Bruges: Desclée de Brouwer, 1954. p. 91 e 210.