sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Do Céu Rainha - Comentários do Pequeno Ofício da Imaculada

HINO
Salve, ó Virgem Mãe, Senhora minha,
Estrela da Manhã, do Céu Rainha,
Cheia de graça sois; salve, luz pura,

Valei ao mundo e a toda criatura.
Para Mãe o Senhor Vos destinou
Do que os mares, a Terra e Céus criou.
Preservou Ele a vossa Conceição
Da mancha que nós temos em Adão. Amém.

 Comentários do Pequeno Ofício da Imaculada
No post anterior foi comentado Estrela da Manhã

Afirma São Luís Grignion de Montfort que, “no Céu, Maria dá ordens aos Anjos e aos bem-aventurados. Para recompensar sua profunda humildade, Deus Lhe deu o poder e a missão de povoar de Santos os tronos vazios, que os anjos apóstatas abandonaram e perderam por orgulho. E a vontade do Altíssimo, que exalta os humildes (Lc. I, 52), é que o Céu, a Terra e o Inferno se curvem, de bom ou mau grado, às ordens da humilde Maria” 26
O glorioso título de Rainha
Essa augusta prerrogativa de Nossa Senhora nos é apresentada com maior profundidade pelo santo Fundador dos Redentoristas, ao iniciar ele seus belos e piedosos comentários sobre a Salve Rainha:
“Tendo sido a Santíssima Virgem elevada à dignidade de Mãe de Deus, com justa razão a Santa Igreja A honra, e quer que de todos seja honrada com o título glorioso de Rainha. Se o Filho é Rei, diz Pseudo-Atanásio, justamente a Mãe deve considerar-se e chamar-se Rainha. Desde o momento em que Maria aceitou ser Mãe do Verbo Eterno, diz São Bernardino de Siena, mereceu tornar-se Rainha do mundo e de todas as criaturas. Se a carne de Maria, conclui Arnoldo abade, não foi diversa da de Jesus, como, pois, da monarquia do Filho pode ser separada a Mãe? Por isso deve julgar-se que a glória do reino não só é comum entre a Mãe e o Filho, mas também que é a mesmo para ambos.
“Se Jesus é Rei do universo, do universo também é Maria Rainha, escreve Roberto abade. De modo que, na frase de São Bernardino de Siena, quantas são as criaturas que servem a Deus, tantas também devem servir a Maria. Por conseguinte, estão sujeitos ao domínio de Maria os Anjos, os homens e todas as coisas do Céu e da Terra, porque tudo  está também sujeito ao império de Deus. Eis por que Guerrico Lhe dirige estas palavras: «Continuai pois, a dominar com toda a confiança; disponde a vosso arbítrio dos bens de vosso Filho; pois, sendo Mãe, e Esposa do Rei dos reis, pertence-Vos como Rainha o reino e o domínio sobre todas as criaturas»” 27
Maria Rainha: obra-prima da misericórdia de Deus
À luz dos precedentes ensinamentos, ouçamos o Prof. Plinio Correa de Oliveira tecendo alguns comentários sobre a realeza da Santíssima Virgem:
“ Nossa Senhora Rainha é um título que exprime o seguinte fato. Sendo Ela Mãe da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade e Esposa da Terceira  Pessoa, Deus, para honrá-La, deu-Lhe o império sobre o universo; todos os Anjos, todos os Santos, todos os homens vivos, todas almas  do Purgatório, todos os réprobos no Inferno e todos os demónios obedecem à Santíssima Virgem. De sorte que há uma mediação de poder, e não apenas de graça, pela qual Deus executa todas as suas obra e realiza todas as suas vontades por intermédio de sua Mãe.
“ Maria não é apenas o canal por onde o império de Deus passa, mas é também a Rainha que decide por uma vontade própria, consoante os desígnios do Rei.

Nossa Senhora é uma obra-prima do que poderíamos chamar a habilidade de Deus para ter misericórdia em relação aos homens...” 28

27 Liguori, afonso Maria de. Glórias de Maria Santíssima. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 1964. p. 23-24.

28 Cfr. CORRÊA DE OLiVEIRA, Plinio. Conferência em 22/5/1968. (Arquivo pessoal).