sábado, 21 de abril de 2012

Escravidão de amor a Nossa Senhora

Em Maria e por Maria é que o Filho de Deus se fez homem para nossa salvação; desceu ao seu seio virginal, qual novo Adão no paraíso terrestre, para aí ter suas complacências; Deus feito homem, encontrou sua liberdade em se ver aprisionado no claustro da Virgem Mãe — afirma o grande São Luís Grignion de Montfort, estabelecendo os princípios de sua luminosa doutrina sobre escravidão de amor a Nossa Senhora.
Quem adere a essa devoção mariana proposta pelo Santo, torna-se um amoroso servo de Maria Santíssima. Segue, assim, o divino exemplo de  Jesus, Quem primeiro se submeteu inteiramente a Ela, durante os nove meses que  passou no imaculado claustro materno. Por ser o marco inicial dessa admirável dependência, podemos reflectir:
“Encarnando-se no seio de Maria, no momento da Anunciação, Jesus se deu a Ela  com um tal amanhecer de alma, com um espírito tão repleto de louçania, que não se  tem palavras para descrever a felicidade que nesse dia inundou a pessoa de Nossa Senhora! A geração da humanidade santíssima do Filho de Deus houve de ter sido a  maravilha das gerações!
“Conforme ensina São Luís Grignion, Jesus, considerado o novo Adão, veio ao  mundo para reparar o pecado cometido pelo primeiro homem. Ora, assim como este, enquanto permaneceu inocente, viveu em meio aos esplendores do Éden terrestre, também Nosso Senhor teve seu Paraíso — incomparavelmente melhor e mais precioso do que aquele — no ventre virginal de sua Mãe. Durante nove meses, esteve Ele  encerrado como num tabernáculo perfeitíssimo, onde encontrava alegrias, belezas e  delícias que excedem a qualquer concepção de nosso pobre intelecto. Além disso, numa inefável união de espíritos, o Filho ia revelando à Mãe, a respeito de si próprio, todas as magnificências que fossem cabíveis a uma criatura entender.
“Nesse indizível convívio, Jesus elevava a alma de Maria a um maravilhoso grau de  formosura, tornando-a mais bela e luminosa do que todo o resto do universo. Insondável intercâmbio de afetos, carinhos e atos de amor que teve início no instante do ‘fiat’ bendito. “No dia da Anunciação, com o ‘Sim!’ pronunciado pela Virgem de Nazaré, o Verbo  se fez carne e habitou entre nós.
“No dia da Anunciação, a Palavra de Deus raiou para o mundo, aureolada de promessas superlativas, de certeza das esperanças finalmente atendidas: nada menos que o resgate do gênero humano.”